Nas minhas passagens pela Internet fui ao “site” da Câmara de Sintra ver as novidades e verifiquei com alegria, saudade, ternura eu sei lá, que o Ringue de Patinagem tinha sido recuperado e que quem quisesse desfrutar daquele espaço podia fazê-lo, porque estavam de novo ao dispor dos munícipes patins para alugar, quem os tivesse podia levar de casa e os alunos das escolas do 1º ciclo têm uma hora de graça. Lembrei-me logo do nosso amigo Alfredo José Marques, mais conhecido por Alfredo “Pau-preto”, e também da D. Mirita... O que nós ali passámos!
Não é hora de voltar atrás, mas já agora lembrar os mocinhos da minha idade (e mais velhos) das tardes de Sábado e Domingo no verão; As gincanas de bicicleta triciclo ou patins; Muita gente a patinar, a música a tocar e o "tio-Alfredo", por vezes já com o seu copito, chegar junto do microfone e dar os seus palpites, fazer os seus anúncios dos próximos eventos. Este ficou célebre:
-Sábado dia tal... “Matinée” à tarde infantil para as crianças!!!!!!!!!!!!
Onde quer que esteja o tio Alfredo esta reabertura para mim é em sua memória. Como ele era um grande apreciador do “Tinto” e o Zé relembrou e bem, aqui vai um copo de Colares à memória do tio Alfredo e pela reabertura do ringue do parque.
Sexta-Feira, 26 de Maio de 2006
Carlos José dos Santos (Caínhas)
Comentários
Recordações do parque
Graca Sampaio
Domingo, 28 de Maio de 2006
Quem não tem saudades da patinagem no parque sou eu. Ou melhor, eu passo a explicar: eu tive uma educação muito austera. No tempo em que as meninas não saíam de casa nas férias sem serem acompanhadas, para aprenderem a ser boas donas de casa, a bordar, a ler, a estudar para serem boas alunas, etc, etc. A minha mãe exigiu sempre isso de mim. Porém, como na sua adolescência, ela própria teve possibilidades de aprender a nadar, a andar de bicicleta, a patinar, a sair sozinha, etc, etc, de vez em quando, certamente sentia remorsos por não me deixar fazer o mesmo e mandava-me aprender, num instantinho, a fazer determinadas coisas para lhe acalmar a consciência. E foi assim que uma bela manhã me mandou para o parque aprender a patinar sozinha. Estão a ver o que foi, não estão? Com a minha falta de experiência para as coisas do âmbito psicomotor,caí não sei quantas vezes, magoei-me, esfolei-me, fartei-me de chorar (mais por causa da humilhação que propriamente pelas esfoladelas!) e nunca mais quis ver um par de patins à minha frente!
Mas recordações do parque tenho-as e muito belas! Quando ia ver os meus amigos (e os meus amores...) patinar e jogar hockey.
As noites de bailado clássico, quando ainda não havia Olga Cadaval (só havia o cinema Carlos Manuel que Deus haja) e em que nós íamos ver as belas interpretações do Bailado da Gulbenkian (que Deus haja também) o Lago dos Cisnes, Giselle, o Quebra Nozes....tiritando nas frias noites de Junho em Sintra...
Os belos passeios com os namorados (os havidos e os a haver), conversas de adolescentes loucos, beijos e abraços no parque... os nomes que se gravavam nos troncos das árvores rodeados de corações e setas - esperando ver outros que nos dessem sinal de sermos correspondidos... "Morangos com Açúcar" à moda daquela época....
As manhãs de estudo aturado para o malvado do exame de 5º ano - estudando alto naquele ambiente fresco e a rescender a humidade e a primavera - esperando ver passar algum dos nossos amigos, nossos amores...
Nem é preciso ir ao vosso Passeio na Sintra Romântica para rever tudo isso e muito mais!
Patinar
José Nascimento
Sexta-Feira, 26 de Maio de 2006
Não se esqueçam: Patinar nunca esquece, mas perde-se o jeito.
Os patins de agora, em linha, são bem diferentes dos que alugávamos no Parque (hoje) da Liberdade. Não é a mesma coisa mas é alguma coisa.
Nos tempos da patinagem de "rodas paralelas" havia também um recinto onde se jogava ténis e entre duas patinadelas passava horas a ver jogar os "senhores" das raquetes.
Voltou a patinagem ao parque e os "senhores" das decisões, que um dia acabaram com os patins - os mesmos ou outros, tanto faz - acabaram também com as raquetadas substituindo o recinto por uma coisa que ninguém usa, ninguém visita, não serve para quase nada e, se servisse, podia estar noutro sítio.
Já se patina de novo no Parque da Liberdade! Bom seria que se voltasse a jogar ténis ao som dos matraquilhos que a Sra Maria punha à disposição no bar do parque. Bom seria que se voltasse a namorar no parque. Bom seria que a vida voltasse ao parque!
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